O que você quer fazer quando crescer?
Todos nós crescemos ouvindo uma mesma pergunta: “O que você quer fazer quando crescer?”
Nas diferentes fases da nossa vida, a essa pergunta demos diferentes respostas.... Quando meninos, “- Bombeiro!”, “- Policial!”, “- Astronauta!”. Das meninas, ouvimos “- Bailarina!”, “-Professora!”, “- Veterinária!”.
Tempos passados, novas respostas para a mesma pergunta:
“- O que você quer fazer quando crescer?”
Médico, dentista, engenheiro, musicista, pintor, enfermeira, modelo, jogador de futebol. Até que, um dia, escolhemos nossa profissão e nossa resposta virou verdade.
Hoje, quando perguntados, crianças e adolescentes nos devolvem respostas bem diferentes daquelas às quais estamos acostumados....
Se lhes perguntarmos “- O que você quer fazer quando crescer?”, as respostas que ouviremos são: youtuber, digital influencer, designer de jogos, curador de mídias, detetive de dados, bioinformacionista.
Desnecessário dizer do quanto o mundo mudou desde nossa infância e adolescência até hoje... nossas formas de estudar, trabalhar, buscar relacionamentos amorosos, procurar uma carona, pedir comida em restaurante, escolher destino de viagem e consumir entretenimento são radicalmente distintas do como fazíamos todas essas coisas há um par de décadas... e não nos parece plausível restaurar hábitos do século XX para seguirmos nossa vida já chegando ao segundo quarto do século XXI...
Por qual a razão, então, seguirmos fazendo aquela mesma pergunta às crianças? “- O que você quer fazer quando crescer?”
Os desafios da Educação contemporânea têm, na inovação, o meio de desenvolvimento das competências do século XXI. É preciso alinhar sentidos, processos e metodologias à percursos formativos que dialoguem e credenciem crianças e jovens à lidar com os desafios da própria geração. Velhas perguntas não nos trarão novas respostas...
A jornada educacional dos alunos não pode mais estar orientada para o futuro. Pelo menos, não para o que o passado entendia como futuro... A aceleração tecnológica e as consequentes disrupções desta advindas nos apresentam o futuro como um labirinto de indefinições e possibilidades. Não conseguimos antever quais serão as respostas para perguntas que ainda sequer foram feitas.... Estamos, na verdade, formando a geração que fará as perguntas reorientadoras do mundo.
Nós, adultos, viemos de bancos de escolas que nos prepararam para o trabalho. A lógica industrial que organizava nosso mundo futuro era de, aproximadamente, 20 anos de formação acadêmica e 50 anos de exercício de uma profissão, que se consolidava em uma longa, estável e bem-sucedida carreira. Hoje, contudo, não é mais esse o mapa das trajetórias profissionais... a pauta do lifelong learning já nos garante a certeza da constante descoberta e da insuficiência dos saberes doravante nessa vida... Haveremos, assim, que estar sempre em processo...
E justamente por isso não cabe mais orientar a educação para o futuro... Educação precisa ser no agora, para o presente, desenvolvendo competências e saberes historicamente construídos e coletivamente compartilhados, de modo a que crianças e jovens, habituados a construir os próprios conhecimentos no hoje, sigam-no fazendo por todos os agora do porvir.
Nesse sentido, a pergunta que norteia a prática pedagógica do Fórum Cultural é “O que eu quero fazer enquanto eu cresço?”.
A proposta pedagógica do Fórum Cultural é orientada aos novos tempos, garantindo a edificação de saberes e valores estruturantes para o indivíduo contemporâneo. Autonomia, curiosidade, senso de realização e protagonismo são potências fundamentais que auxiliamos nossos alunos a desenvolver, através das nossas rotinas diárias. Oficinas e atividades mão na massa, propostas presentes em todos os componentes curriculares, são constitutivos do nosso fazer diário. Também nos momentos pedagógicos dos Campos de Experiência, quando os estudantes são convidados a investigar fenômenos físicos e naturais sob a perspectiva interdisciplinar, bem como desenvolver protótipos em projetos de aplicação de conhecimentos.
Nas aulas de Matemática e Língua Inglesa, projetos que envolvem coding aproximam e alfabetizam nossos estudantes na linguagem mais utilizada no século XXI: a programação. Estudos e ações ligadas à sustentabilidade comprometem nossos alunos com a cidadania planetária. Essas e tantas outras atividades do dia a dia da escola oportunizam o desenvolvimento de competências essenciais ao protagonismo, ao fomento da cidadania, à ação transformadora, à identidade potente para todo e qualquer porvir!
Esse conteúdo é de autoria de Adriana Hassin, Diretora Executiva da Escola Fórum Cultural.